Profissionais que trabalham com gestão de riscos e em áreas correlatas tendem a se sentir confortáveis com normas de referência como a ISO 31000:2018, pois elas fornecem uma estrutura, um processo e um senso de ordem para as organizações que seguem as suas diretrizes.
Porém, independente dos princípios que as norteiam e da estrutura de gestão de riscos que possam oferecer, existe um componente que dificilmente pode ser removido do Processo de Gestão de Riscos: os vieses cognitivos.
Vieses são atalhos em nosso pensamento que nos ajudam a tomar decisões rápidas. Tais decisões, no entanto, nem sempre estão corretas. Embora os vieses possam nos ajudar a tomar decisões mais rápidas em momentos de incerteza, eles também podem distorcer os julgamentos.
Em ambientes de alto risco, como os que requerem tomada de decisões críticas, até mesmo as menores distorções podem levar a pontos cegos estratégicos, desperdício de recursos ou a surpresas com impactos negativos.
Os vieses cognitivos podem surgir em qualquer etapa do processo de gestão de riscos, desde o estabelecimento do contexto e dos critérios de riscos, até a identificação, análise e/ou avaliação de riscos, passando pelo monitoramento e comunicação dos mesmos.
Eles podem aparecer de diversas formas, seja em conselhos administrativos que atribuem soluções complexas para problemas aparentemente simples, em gestores que justificam erros e atribuem a culpa a outros, ou em funcionários que optam por seguir o grupo em vez de expressar suas próprias perspectivas.
Oito dos vieses mais comuns que moldam a gestão de riscos atual são: complexidade, inovação, autoatribuição, excesso de confiança, ancoragem, confirmação, enquadramento e pensamento de grupo.
Assim, como os gestores de riscos podem identificar proativamente esses vieses e desenvolver estratégias para minimizar a tomada de decisões enviesadas, de modo a apoiar decisões baseadas em riscos?